Agora já estamos chegando na segunda parte do curso, onde a proposta é desenvolver um projeto mais prático.
Essa última semana de atividades focou na prática da educação midiática no dia a dia dos educadores. E tivemos a oportunidade de aprofundar estratégias de uso do Baralho da Educação Midiática:
Gosto muito do baralho, por sinal ele me lembrou o baralho do McLuhan (link), reza a lenda que ele usava para destravar as ideias para as aulas e textos.
Veja detalhes sobre o baralho no vídeo abaixo.
No vídeo a Mariana pega no pé do Trump e com razão, mas usando um pouco das próprias estratégias que aprendemos até agora, acho que vale perguntar: será que essas postagens são assim tão espontâneas? Achei uma reportagem sobre os “50 tons” da opinião do ex-presidente sobre a questão climática. Seria então uma estratégia dele? O mercado da política e dos negócios tem um ditado clássico: Fale bem ou fale mal, mas fale de mim…
Outro ponto muito interessante do vídeo é chamar atenção para a importância de curadoria de informações e recursos.

Sempre usei sites como suporte para minhas aulas e em geral acaba sendo uma forma muito prática de organizar as informações. Aqui tem um exemplo.
Passei os últimos dias fazendo uma leitura detalhada do Guia da Educação Midiática, mergulhando nas referências e ao mesmo tempo estou aproveitando para revisitar algumas leituras sobre a relação entre educação e comunicação. Talvez acabe fazendo um artigo sobre isso, mas também estou pensando em…

…aplicar uma camada de educação midiática no estudo da própria educação midiática… será que funciona? Vamos ver…
As oficinas dessa semana foram: Fontes e Credibilidade com Ana Ferrari, Propaganda: Comunicar para Convencer com Beth Fantauzzi & Fabi Gontijo e Personalização Algorítmica: Ganhos e Consequências com Domi Gogolevisky & Sora Lacerda
Meus algoritmos acabaram me indicando essa última. Adorei a forma como Domi e Sora apresentaram a oficina, usando vídeos curtos e perguntas. Só peço licença a elas para não usar o canvas da atividade, os quadradinhos acabaram ficando meio apertados…rs
A oficina tem um site e uma sequencia de perguntas. Aqui estão minhas respostas:
1 -Como você escolhe o que vai assistir na Netflix?
Em geral, eu assisto os trailers das novidades, tem vezes que chego a passar 30 minutos garimpando novidades e vendo as inclusões no acervo. Mas uso quatro perfis de consumo com recomendações distintas. um da família, um para minha filha, um pessoal e outro só para documentários. Também leio dicas na mídia especializada. E às vezes pesco uma dica em alguma timeline. Outra coisa que considero importante, para variar a dieta, é ter acesso a outros serviços de Streaming como:
E ficar de olho nos festivais que por conta da pandemia agora estão transmitindo tudo via rede (veja aqui uma lista)
2 – O que você gosta e odeia na personalização do entretenimento?
Gosto da praticidade, quando tem uma sugestão interessante. Não gosto da previsibilidade das sugestões, já que sou muito eclético no meu consumo cultural, por isso em geral os algoritmos me ajudam pouco. (Mas até acho divertido tentar enlouquecer um pouco alguns desses códigos… Experimente assistir algumas séries coreanas e pular para programas de receitas, depois de maratonar documentários sobre roma antiga e alternar entre séries brasileira, nórdicas e indianas….rs.)
3- Qual foi a ideia mais importante desse vídeo para você?
Por usar mais de um perfil já tinha notado a variação nas capinhas, mas uma coisa que me chamou atenção foi rápida referência a Rede Globo quando aparece no vídeo um trecho da reportagem da Bloomberg. Fui atrás da reportagem completa, ela é de 2017 e faz retrato impressionante da estratégia da Netflix em outros países, principalmente no Brasil, vale ler, os caras da Netflix não brincam em serviço.
4- Quais são outros exemplo de personalização persuasiva que você consegue identificar no seu cotidiano?
Tem os “cards” no Discover do app Google, livros e produtos na Amazon, os vídeos recomendados no Youtube, as notícias relacionadas na Folha, o spam no e-mail e as músicas no flow da Deezer (mas essas eu dispenso…).
5- Depois de percorrer esta trilha, quais as suas considerações sobre os GANHOS e CONSEQUÊNCIAS da personalização algorítmica?
Essa é uma questão muito interessante. Mas ainda não sei avaliar, pelo menos no meu caso, já que tenho meus próprios meios para descobrir e diversificar minha dieta de consumo cultural. Mas olhando o caso de minha filha a coisa fica mais complicada, ela frequentemente entra no círculo vicioso de indicações do youtube e fica muito difícil oferecer a ela outras opções dentro do próprio youtube. Como ela navega logada na conta que fiz para ela e que configurei com algumas restrições de idade (uso o Google family link) o risco não é encontrar material impróprio, mas sim a impossibilidade de descobrir coisas novas. Só conseguimos melhorar a dieta informacional dela nas outras plataformas, já tentei até navegar e curtir outras coisas logado como se fosse ela, mas não deu certo (acho que o algoritmo sacou o truque…rs). Quanto às indicações comerciais aqui somos pouco suscetíveis a elas. Mas olhando ao redor acho que ainda temos muito a aprender sobre os prós e contras dessas personalizações.
Todas as etapas desse relato estão sendo agrupadas na tag #educação-midiática.
Enfim…
Chegamos na última etapa do curso, meus relatos das etapas anteriores estão aqui. Agora vamos ver como aplicar o que estudamos, a proposta é fazer, uma dessas opões:
- PLANO DE AULA
- PLANO DE FORMAÇÃO
- ARTEFATO/RECURSO DIDÁTICO (p/ ser compartilhado)
- AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO (p/ pais, gestores, comunidade)
Acabei fazendo um plano de aula,
Essa proposta de aula ou minicurso pode ser dividida em 4 encontros de 50 minutos.
Abaixo está a proposta de aula finalizada.
Veja aqui uma demonstração dessa proposta de aula.
(Uma atualização – depois dessa postagem descobri uma timeline impressionante com a História da Media Literacy – veja no link)
Postado originalmente em 10/11/2020